"Conta uma velha história mineira que em uma cidadezinha modesta do interior, uma senhora sem muitos afazeres vivia à janela espionando as vizinhas.
Uma noite viu uma senhora casada chegando em casa altas horas da noite e no outro dia correu a questionar seu comportamento. Contou para um, contou a outra, e outra, sempre pondo ingredientes misteriosos e suspeitos sobre a vizinha.
O marido da senhora caluniada tomou conhecimento das lorotas e abandonou a esposa.
A senhora que espalhou os boatos correu a se confessar com o pároco local.
Ele lhe disse da gravidade de seus atos.
Ela reconheceu o erro e pediu perdão ao padre.
- Ainda não, disse-lhe o padre.
- Volte em sua casa apanhe um travesseiro, suba ao telhado de sua casa e rasgue-o com uma faca. Só depois volte aqui.
A senhora assim fez. Subiu ao telhado rasgou o travesseiro e voltou correndo à igreja para falar com o padre.
O padre lhe perguntou:
- Rasgou o travesseiro?
- Sim padre, como o senhor mandou.
- E o que aconteceu?
- Penas, padre, milhares de penas voando ao vento por toda a cidade...
- Pois volte agora e cate todas as penas que você espalhou, uma a uma...
- Mas, Padre, é impossível! O vento levou para todo o canto, não há como catar todas...
- Assim são as palavras, as fofocas, as calúnias.
Uma vez soltas ao vento é impossível reparar o erro, por mais arrependimento que uma pessoa possa ter."
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